3 - Correção do Fator de Potência em BAIXA TENSÃO
3.1 - Tipos de Correção do Fator de Potência
A correção pode ser feita instalando os capacitores de quatro maneiras diferentes, tendo como objetivos a conservação de energia e a relação custo/benefício:
a) Correção na entrada da energia de alta tensão: corrige o
fator de potência visto pela concessionária, permanecendo
internamente todos os inconvenientes citados pelo baixo
fator de potência e o custo é elevado.
b) Correção na entrada da energia de baixa tensão: permite
uma correção bastante significativa, normalmente com bancos automáticos de capacitores. Utiliza-se este tipo de correção em instalações elétricas com elevado número de cargas com potências diferentes e regimes de utilização poucos uniformes.
A principal desvantagem consiste em não haver alívio sensível dos alimentadores de cada equipamento.
c) Correção por grupos de cargas: o capacitor é instalado
de forma a corrigir um setor ou um conjunto de pequenas
máquinas (<10cv). É instalado junto ao quadro de distribuição
que alimenta esses equipamentos. Tem como desvantagem
não diminuir a corrente nos circuitos de alimentação de cada
equipamento.
d) Correção localizada: é obtida instalando-se os capacitores
junto ao equipamento que se pretende corrigir o fator de
potência. Representa, do ponto de vista técnico, a melhor
solução, apresentando as seguintes vantagens:
- reduz as perdas energéticas em toda a instalação;
- diminui a carga nos circuitos de alimentação dos equipamentos;
- pode-se utilizar em sistema único de acionamento para a
carga e o capacitor, economizando-se um equipamento de
manobra;
- gera potência reativa somente onde é necessário.
e) Correção mista: no ponto de vista ¨Conservação
de Energia¨, considerando aspectos técnicos,
práticos e financeiros, torna-se a melhor solução.
Usa-se o seguinte critério para correção mista:
1. Instala-se um capacitor fixo diretamente no lado secundário do transformador;
2. Motores de aproximadamente 10 cv ou mais, corrige-se
localmente (cuidado com motores de alta inércia, pois não se deve dispensar o uso de contatores para manobra dos capacitores sempre que a corrente nominal dos mesmos for
superior a 90% da corrente de excitação do motor).
3. Motores com menos de 10 cv corrige-se por grupos.
4. Redes próprias para iluminação com lâmpadas de descarga,
usando-se reatores de baixo fator de potência, corrige-se
na entrada da rede;
5. Na entrada instala-se um banco automático de pequena
potência para equalização final.
Quando se corrige um fator de potência de uma instalação,
consegue-se um aumento de potência aparente disponível
e também uma queda significativa da corrente, conforme
exemplo:
Deseja-se corrigir o fator de potência para 0,92 de uma
carga de 930 kW, 380 V e f.p.= 0,65:
- Sem Correção do Fator de Potência:
Neste caso, após a correção do fator de potência, a
instalação poderá ter aumentos de cargas em até 41%.
3.1.1 - Correção na Média Tensão
Desvantagens:
- Inviabilidade econômica de instalar banco de
capacitores automáticos;
- Maior probabilidade da instalação se tornar capacitiva
(capacitores fixos);
- Aumento de tensão do lado da concessionária;
- Aumento da capacidade de curto-circuito na rede da
concessionária;
- Maior investimento em cabos e equipamentos de
Baixa Tensão;
- Manutenção mais difícil;
- Benefícios relacionados com a diminuição das
correntes reativas nos cabos, trafos, etc., não são
obtidos.